Para atingir este objetivo, o expositor deve levar em conta aquilo que seus ouvintes já sabem sobre o tema; deve, ao longo de sua exposição, avaliar a dificuldade daquilo que está ensinando e, se necessário, dizer de outra maneira, reformular, dar exemplos. O expositor deve, também, fazer perguntas a fim de estimular a atenção dos ouvintes e de verificar se seus objetivos estão sendo atingidos, ou seja, se todo mundo está entendendo sua exposição.
Antes, porém, da exposição das informações, é necessário que haja uma triagem (seleção) do conteúdo a ser transmitido, uma organização do que foi escolhido, distinguindo as ideias principais das secundárias, com a finalidade de garantir uma progressão clara e coerente do que se pretende expor e concluir. Em seguida, estas informações devem ser organizadas em partes e subpartes que serão as diferentes fases do seminário. A seguir, a sequência das FASES DE UM SEMINÁRIO:
1. ABERTURA – Um expositor (pode ou não fazer parte do grupo) dirige-se ao auditório e apresenta os expositores. Exemplos:
a) “Bom dia, pessoal! Gostaria de apresentar a vocês os componentes do meu grupo: Fulano, Ciclano, Beltrano ...”
b) “Atenção, turma! Vamos chamar à frente da classe o grupo Tal que vai falar a vocês sobre um tema muito interessante, a ser apresentado em forma de seminário...”
2. INTRODUÇÃO AO TEMA – Etapa de apresentação, delimitação do assunto. Dá ao orador a oportunidade de explicar as razões de suas escolhas. Esta fase deve mobilizar a atenção e a curiosidade dos ouvintes e, para isso, o expositor deve utilizar uma foto ou ilustração relacionada ao tema, colocar uma questão-isca que desperte a curiosidade, contar uma anedota, fazer perguntas, etc. Exemplos:
a) “Esse seminário abordará tal assunto...”
b) ”Vamos tentar explicar a vocês a importância da ...”
3. APRESENTAÇÃO DO PLANO DA EXPOSIÇÃO – Deve esclarecer, ao mesmo tempo, sobre o produto (o texto planejado) e sobre o procedimento (a forma, a sequência da exposição).Exemplos:
a) “Falaremos, primeiramente sobre... Depois, daremos alguns exemplos, para, em seguida, abordarmos os seguintes aspectos...”
b) “Iniciaremos com uma descrição geral sobre... Em segundo lugar, vamos nos ater especialmente a... Depois, faremos também um detalhamento... E, ainda, veremos... Por fim, iremos...”
4. DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO – É o encadeamento dos diferentes temas (e subtemas) e a quantidade deles deve corresponder ao número anunciado no plano. Faz- se necessário ressaltar que esta fase é a mais importante do seminário e, para que as idéias sejam assimiladas pelos ouvintes, é necessário que elas sejam expostas numa progressão coerente, o que se consegue atentando-se para: a) a coesão temática, ou a ligação, a articulação dos diferentes aspectos de um mesmo assunto; b) a sinalização do texto, ou a distinção das idéias principais das secundárias; c) a introdução de exemplos, sejam eles explicativos ou ilustrativos, tais como cartazes, mapas, gráficos, tabelas, transparências, etc.; e d) a reformulação de palavras ou idéias, para esclarecer as dúvidas dos ouvintes diante de termos novos ou difíceis.Exemplos:
a) “A questão que abordaremos agora é... Isso nos leva à seguinte reflexão:... Então, chegamos agora a um ponto muito importante...”
b) Devemos notar, sobretudo, esses dois aspectos... Em outras palavras, podemos chamar de... E, agora, exemplificando...”
5. RECAPITULAÇÃO E SÍNTESE – É a retomada dos pontos principais da exposição e também a fase de transição entre ela e as duas etapas de conclusão que virão a seguir.Exemplos:
a)“Então, para terminar, vamos fazer uma síntese de tudo o que vimos até aqui...”
b) “Em resumo, podemos dizer...”
6. CONCLUSÃO - É a transmissão da mensagem final, mas pode ser, também, a proposta de um problema novo aos ouvintes, ou o início de um debate, uma roda de conversa, a execução de algum exercício ou atividade de verificação, uma dinâmica, etc. Exemplos:
a) “Agora, finalizando nosso seminário, vamos colocar a seguinte questão...”
b) “Para concluir, queremos deixar a seguinte mensagem...”
7. ENCERRAMENTO – Nesta fase, cabem os agradecimentos ao auditório.Exemplos:
a) “Gostaríamos de agradecer a atenção de todos os presentes...”
b) “Esperamos que, de alguma forma, tenhamos contribuído para ampliar o conhecimento de vocês sobre...”
Para que haja compreensão e assimilação do assunto exposto, faz-se necessário, ainda, a observação das seguintes orientações:
• falar alto e dis-tin-ta-mente, nem muito rápido, nem muito lentamente;
• gerenciar pausas;
• captar a atenção da audiência, variando a voz e gerenciando o suspense;
• cuidar da postura, não exagerando nos gestos, mas também não ficando imóvel;
• alternar discurso (fala) e apresentação de documentos diversificados (cartazes, mapas, gráficos, transparências, etc.) e ter em mãos um bom plano ou esquema
Em resumo, o trabalho com seminário envolve todas as etapas abaixo discriminadas:
- tomar consciência da situação de comunicação levando em conta a finalidade e o público alvo;
- pesquisar, ler e explorar textos e/ou documentos diversos (gráficos, fotos, gravações... inclusive) a fim de coletar informações sobre o tema a ser exposto;
- selecionar informações a partir dos textos e/ou documentos pesquisados, exercitando, deste modo, a elaboração de anotações escritas e desenvolvendo as capacidades de exemplificar, ilustrar e explicar;
- distinguir idéias principais de secundárias ao estruturar a exposição das mesmas;
- ordenar os temas, subtemas e/ou tópicos, intercalando-os com exemplos, ao elaborar o plano de exposição;
- preparar anotações/esquema, transparências, mapas, gráficos, tabelas... para servirem de suporte durante a exposição;
- antecipar as dificuldades de compreensão dos ouvintes reformulando ou substituindo as palavras difíceis;
- preparar o seminário, fazendo a ligação (articulação) entre as diversas fases da exposição (abertura, introdução, apresentação, desenvolvimento, resumo, conclusão, encerramento);
- coordenar a distribuição da palavra entre os elementos do grupo;
- treinar para a exposição, tomando consciência da importância da voz, do olhar, da atitude corporal;
- tomar a palavra diante de um grupo.
SEMINÁRIO: MAIS ALGUMAS DICAS...
O professor dividiu a classe em grupos e pediu, por exemplo, que cada grupo preparasse um seminário explicando por que os mamíferos não são verdes. Fácil, não é mesmo? O segredo para tirar nota máxima é dividir a pesquisa entre os integrantes do grupo e pôr para falar lá na frente o cara mais desinibido, certo? ERRADO! Pode não parecer, mas seminário é uma técnica e, como tantas outras, requer habilidade para ser bem-sucedida. Dominar a linguagem, construir pensamentos concisos e organizados, transmitir conceitos, falar no tempo determinado, reter a atenção do público e saber ouvir são algumas das qualidades dessa atividade. Seminário pode ser realizado em grupos, mas ATENÇÃO! Trabalho em grupo não é Frankenstein: todo retalhado. Nem receita para criar um monstrinho: cada pedaço feito por um aluno, juntam-se todas as partes, mistura-se de qualquer jeito e pronto. O resultado? É um filme de terror! Cuidado! Essa é a forma errada de construir um trabalho.
Na verdade, tudo não passa de um quebra-cabeça que deve ser montado coletivamente, com a participação de todos os integrantes. Para isso é preciso organização, bom senso e arregaçar as mangas para pesquisar.
QUAL O MELHOR PONTO DE PARTIDA?
Muitos alunos, ao fazerem seminários, optam por fazerem leitura em voz alta, ao invés de apostarem em dinâmicas e atividades criativas, que, com certeza, despertariam o interesse da classe pelo assunto. Mas como ser criativo quando o tema é poliedros? Se o assunto não despertar o interesse de quem for fazer o seminário, dificilmente a apresentação será boa. Por isso, antes de começar a pesquisa, é preciso dar uma rápida olhada no tema e procurar achar um gancho para discorrer sobre o assunto. Para falar de poliedros, por exemplo, uma boa introdução podem ser as pirâmides do Egito. As imagens são sempre bem-vindas durante os seminários. Isso porque a informação visual fixa mais do que a auditiva. O cérebro retém, imediatamente, 70% do que se vê contra 40% do que se ouve.
MATERIAL DE APOIO
Pesquisar e entender o tema do seminário torna o trabalho mais consistente e dá segurança na hora de falar em público. Quando se opta por ler o texto para a classe é porque não se entendeu o tema a ponto de falar livremente sobre ele. É preciso evitar esta atitude. Materiais de apoio como retroprojetor, recortes de jornal, lousa, slides, programas de computador e cartazes ajudam na apresentação quando são bem empregados. O melhor é usar esses recursos para pontuar a fala de vez em quando. Filmes são interessantes, desde que sejam curtos. O uso de slides e de programas de computador também podem ajudar a ilustrar o tema, mas é preciso tomar cuidado para não escurecer demais a sala na hora da projeção. O ambiente muito escuro pode dar sono em quem está assistindo. Deixar cartazes pendurados lá na frente da classe durante todo o seminário também não é uma boa idéia. Como as imagens se desgastam rapidamente, o indicado é ir colando os cartazes à medida que se for precisando deles. Outra dica é escrever as palavras em letras garrafais para que todos possam ler.
VENCENDO O NERVOSISMO
Ficar nervoso e ter medo de falar em público é normal em situações de seminário. Aliás, nas devidas proporções, é até importante que esse medo exista, pois é um sinal de que o orador se sente comprometido com seu ouvinte. Para diminuir a ansiedade com relação à apresentação, é necessário certificar-se de que o tema está dominado. Outra dica é ensaiar a fala antes do momento final. É preciso não ligar para a “gozação” da turma se ficar um pouco atrapalhado na hora da apresentação. Para aquele aluno que ainda não se apresentou ou que, quando o fez, não se saiu muito bem, ridicularizar o trabalho do outro é uma forma de se defender. Agindo assim, ele desqualifica o trabalho de todos, inclusive o dele. É preciso não “entrar na dele”.
INTERVENÇÃO COM O PÚBLICO
Mas o que fazer quando o assunto é pesado e os recursos tecnológicos e toda a criatividade do mundo não conseguem segurar a atenção do público? Uma saída é parar a apresentação e pedir para os ouvintes se espreguiçarem e fazerem alguns exercícios de respiração. Essa parada vai despertar o público e facilitar o andamento da apresentação. Informar a platéia sobre o tempo de duração do seminário é importante para predispor as pessoas a ouvir. Em geral, as apresentações costumam ter em média 20 minutos. Lembre-se de que todo seminário deve ter começo, meio e fim. Por isso, antes de falar, faça um roteiro sintetizado do que vai apresentar para a classe. A introdução e a conclusão do tema não podem faltar, assim como o tempo reservado às perguntas.
PARA FINALIZAR
O seminário, assim como toda comunicação oral, deve levar em conta, além da linguagem falada (que se utiliza da entonação, acentuação e ritmo), alguns aspectos físicos ( dos apresentadores/falantes e do lugar) além do conteúdo que está sendo tratado. São eles:
• Qualidade da voz, melodia, elocução (seleção e disposição das palavras e frases) e pausas, respiração, risos e suspiros;
• Atitudes corporais, movimentos, gestos, trocas de olhares, mímicas faciais;
• Ocupação dos lugares, espaço pessoal, distâncias, contato físico;
• Roupas, disfarces, penteados, óculos, limpeza;
• Iluminação, lugares, disposição das cadeiras, ordem, ventilação, decoração